Não herdamos só ADN: quebrar padrões, criar liberdade
Hoje pensei muito sobre esta energia que não se vê… mas sente-se.
É como um sopro silencioso que atravessa gerações, quase invisível, mas presente em nós.
Não herdamos só ADN.
Herdamos memórias, medos, formas de amar… herdamos até silêncios.
E, sem perceber, vivemos como quem repete uma melodia antiga — um padrão que não começou conosco, mas que, de alguma forma, se tornou nosso.
Há um dia, e
… nem sempre sabemos quando, em que algo desperta. Uma sensação, um clique interno, uma pergunta que fica a ecoar:
“Eu já vi isto antes… já senti isto antes… mas não é só meu.”
E é nesse momento que a verdade se mostra: somos peças de um quebra-cabeças maior.
Histórias de amor e perda, de força e medo, de silêncios guardados e de coragens inesperadas.
Tudo a correr em nós, como um programa invisível.
E então vem a escolha.
Podemos continuar em piloto automático, a repetir sem questionar.
Ou podemos parar. Respirar. Olhar para dentro. E começar a transformar.
Curar não é rejeitar quem veio antes. Curar é um ato de amor.
É olhar para trás com compaixão, honrar quem fomos e quem nos trouxe até aqui, e ainda assim ter a coragem de escrever algo novo.
Curar é falar onde antes houve silêncio.
É escolher o amor onde sempre houve medo.
É abrir espaço onde só existia peso.
E, quando uma geração decide curar, algo muda. A corrente suaviza-se.
E quem vem depois já consegue caminhar mais leve.
Até já,
Susana Amaral