Quando ficar dói… mas mudar assusta
Há momentos na vida em que nos encontramos num lugar que já não nos nutre.
Pode ser um casamento ou relação que perdeu o sentido.
Um trabalho que já não te representa.
Um ciclo familiar ou social onde deixaste de te sentir em casa.
E, no entanto… ficas.
Ficas porque mudar assusta.
Ficas porque, por mais que doa, o conhecido parece mais seguro do que o incerto.
Não é só sobre o presente
Na maioria das vezes, não é apenas a situação atual que te prende.
São medos antigos, feridas emocionais e crenças herdadas que te amarram de forma invisível.
Talvez tenhas aprendido, consciente ou inconscientemente, que:
“É melhor não arriscar.” “Posso aguentar mais um pouco.” “Sozinha, não vou conseguir.”
Estas frases, repetidas ao longo da vida, tornam-se muros internos.
E mesmo quando o corpo e o coração já pedem mudança, a mente mantém-te parada. Bloqueada.
As heranças que pesam
Quando começamos a escavar na nossa história, percebemos que o peso nem sempre vem apenas das nossas experiências.
Vem também das histórias da nossa família e das narrativas culturais que absorvemos sem questionar:
A lealdade cega à família ou ao parceiro.
A ideia de que estabilidade, mesmo infeliz, é preferível à incerteza.
A crença de que pedir ajuda é sinal de fraqueza.
Estas heranças emocionais e culturais moldam a forma como vemos a vida, e como tomamos (ou adiamos) decisões.
O silêncio e a solidão
Ficar num lugar que dói cria um tipo de solidão difícil de explicar. É como um peso no peito, um aperto que estamos constantemente a segurar… até nos destruir emocionalmente e, mais tarde, fisicamente.
Mesmo rodeada de pessoas, podes sentir-te invisível, incompreendida ou sem espaço para mostrar o que realmente sentes.
A ausência de uma rede de apoio segura e empática, como amigas que escutam, familiares que compreendem, espaços sem julgamento, pode prolongar ainda mais o tempo de espera até agir.
Antes de decidir, encontra-te
A resposta não é apressar a decisão. Não é escolher ficar ou sair sem clareza.
O primeiro passo é encontrar-te.
Escutar o que o teu corpo e o teu coração estão a dizer.
Identificar o que é medo, o que é desejo, o que é herança emocional.
Curar o que ainda dói.
Reconhecer as tuas necessidades reais — não as que te ensinaram a ter.
Um espaço para clareza
A terapia pode ser esse lugar seguro para:
Explorar as tuas dúvidas sem pressão.
Identificar padrões que se repetem.
Resgatar a tua confiança para agir.
Escolher de forma alinhada com quem és hoje — não com quem precisavas de ser no passado.
Não tens de tomar decisões sozinha, nem de carregar tudo em silêncio!!
Quando ficar dói… mas mudar assusta, lembra-te:
Não é sobre ser mais forte do que os outros.
É sobre ter coragem de olhar para dentro, tratar-te com compaixão e criar a conexão necessária para seguir em frente, seja para ficar de forma diferente ou para partir com paz.
Se sentes que é tempo de clareza, cuidado e transformação, as minhas sessões de terapia transpessoal podem ser esse espaço seguro para ti.
Abraço cheio
Susana Amaral